“Se tivéssemos computadores que soubessem tudo o que há para saber sobre as coisas, usando dados colhidos sem qualquer interação humana, seríamos capazes de monitorar e mensurar tudo, reduzindo o desperdício, as perdas e o custo” (Ashton o “pai da internet das coisas”).
A frase acima foi dita por Kevin Ashton, pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), considerado o primeiro especialista a usar o termo “Internet das Coisas”, em 1999. Desde então, o novo mundo em que os objetos estarão conectados e passarão a realizar tarefas sem a interferência humana começa, aos poucos, a parecer menos ação e mais algo do nosso cotidiano.
Vivemos em uma época de inovação, disrupção e transformação sem precedentes. Atualmente, estima-se que apenas 1% do que poderia estar conectado à internet está de fato conectado. Estima-se que 50 bilhões de “coisas” entre sensores e chips eletrônicos diversos, estarão conectados à internet até 2020. E para entender um pouco mais sobre essa realidade, temos que falar um pouco da história de como tudo começou.
No final dos anos 90 e início dos anos 2000, tivemos a explosão da internet. Os computadores pessoais passaram a ser conectados em rede. Uma pessoa poderia criar conteúdo novo e divulgar numa página, que seria indexada por um buscador como o Google. Podíamos trocar arquivos, através de protocolos específicos, de um computador para outro de maneira simples e prática. Era a vez dos computadores estarem conectados à internet.
Nos anos 2000 a 2010, tivemos uma explosão das redes sociais. As pessoas passaram a ter perfis na internet e se tornaram mais conectadas umas com as outras, com comunidades regidas por interesses comuns. Orkut, Facebook e outros tomaram conta da internet através do compartilhamento maciço de informações pessoais. A comunicação não estava mais restrita à voz. Tínhamos pela primeira vez a opção de conexão via texto, vídeo, imagens, etc. Tudo isso na rua, no ônibus, na fazenda ou em qualquer lugar com uma conexão de rede – graças ao advento do Smartphone, que nos deu mobilidade.
Era a vez das pessoas estarem conectadas à internet. Hoje em dia e nos próximos anos, cada vez mais sensores e dispositivos eletrônicos estão se conectando à internet, formando uma internet bilhões de vezes maior do que a internet das pessoas. Esta é a internet das coisas: onde os objetos – as “coisas” – estarão conectados de modo inteligente e passarão a “sentir” o mundo ao redor e a interagir conosco.
Mas afinal, por que conectar tantos dispositivos?
Para ilustrar melhor o potencial das aplicações, vamos a um exemplo prático do uso da internet das coisas: Imagine que os carros (uma das “coisas” que você usa no dia a dia) possam se comunicar entre si. Agora imagine que ocorra um acidente com o carro da frente. Nesse momento, através de uma conexão sem o, o carro a frente pode “avisar” ao seu carro, numa ação totalmente independente de interação humana, que ele deve frear imediatamente, evitando que você e seus familiares se machuquem.
Repare que tudo isso ocorre numa fração de segundo, muito antes de você mesmo conseguir ver que ocorreu um acidente a frente. Ao mesmo tempo, essa informação estará disponível na rede de comunicação (na internet das coisas) que poderá enviar uma alerta para outros carros, que podem mostrar no painel aos seus motoristas, que houve um acidente, já sugerindo uma rota alternativa e evitando engarrafamentos.
Que tal os semáforos (outra das coisas que você interage no dia a dia) “conversarem” entre si e definirem quanto tempo precisam ficar abertos ou fechados, de modo a melhorar o fluxo do trânsito? Já reparou quantas vezes o semáforo daquele cruzamento está aberto para ninguém passar, enquanto você está parado esperando o seu semáforo abrir? Bastaria que os dois estivessem conectados para o seu semáforo “perceber” que não havia ninguém para passar na outra pista e com isso não fechasse a passagem para você. A IoT ( sigla em inglês para Internet das coisas ) permite oportunidades e conexões praticamente infinitas, muitas das quais, nem sequer pensamos ou compreendemos completamente o potencial.
Os exemplos acima são aplicações simples, mas que já trariam um enorme impacto em nosso dia a dia, melhorando muito a nossa convivência diária com todas essas “coisas” com as quais interagimos, na medida em que um arsenal de produtos e serviços ganha vida nessa nova realidade. Por tudo isso, o melhor que podemos fazer é educar-nos sobre o que é a internet das coisas e seus impactos, já que certamente ela já está presente nas nossas casas, nos nossos eletrodomésticos e, certamente, nas nossas vidas.
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